Modos de produção: o escravista, o asiático e o feudal

 

https://www.passeidireto.com/arquivo/75649472/modos-de-producao

Segundo o Dicionário do Pensamento Marxista, a “História Econômica é o estudo dos sucessivos Modos de Produção”. Então, o trabalho é a chave central da existência do homem, pois é dessa maneira que a produção da vida, ou a produção material, será realizada e em consequência reflete na organização da sociedade. Se o homem não produzir sua vida material, ele morre. Isso significa, também, que o homem, na luta pela vida, vai se desenvolvendo e criando formas de se relacionar, o homem desenvolve o seu intelecto e sua forma de pensar. “A História Econômica deve focalizar o problema central da sobrevivência e de como o homem conseguiu resolvê-lo [...] grande parte da História Econômica está relacionada com a maneira pela qual as várias sociedades procuraram enfrentar esses problemas elementares, e o que nos surpreende ao analisarmos essas tentativas é verificar que na maioria das vezes tais tentativas redundaram em derrotas parciais”.  

O aparecimento da propriedade privada está intimamente ligado à divisão social do trabalho e ao desenvolvimento da troca. Com a passagem à pecuária e à agricultura, surgiu a divisão social do trabalho e depois também membros individuais das comunidades passaram a ocupar-se em diferentes tipos de atividade produtiva. A separação das tribos pastoris constituiu a primeira grande divisão social do trabalho. Esta primeira grande divisão social do trabalho determinou uma elevação da produtividade do trabalho. Modificou-se a situação com o aparecimento da primeira grande divisão social do trabalho. Entre as tribos pastoris, apareceu algum excedente de gado, de lacticínios, de carne, couros e peles. Ao mesmo tempo, tinham elas necessidade de produtos agrícolas.


             Pode-se entender que no modo de produção escravo a figura do escravo é fundamental.  É esse ser produto de uma construção histórica que permite a classe dominante exercer sua condição de dominante. A existência dessa figura representa a degradação radical do ser humano pois o escravizado era visto como uma ferramenta que falava e igualmente a sua drástica comercialização. O sujeito histórico escravizado foi fundamental para se manter a sociedade da pólis. Então, o modo de produção pré-capitalista escravo é marcado pela existência da propriedade privada da terra e do ser humano escravizado. 


            Já o modo de produção asiático corresponde a um conceito marxista e o debate surge ali no século XX, modo de produção que Marx chama de “estagnado”. Neste modo de produção a posse da terra é comunitária e sua administração é feita pelas comunidades de aldeias e o excedente da produção dessas comunidades era expropriado em forma de tributos pelo Estado. Esse Estado era superdesenvolvido burocraticamente e os que produziam a vida eram subdesenvolvidos.


        As sete características essenciais para o modo de produção asiático: forças produtivas mais avançadas, maior densidade demográfica, conhecimento do metal e uma agricultura desenvolvida baseada na irrigação; existência de comunidades de aldeias com base na produção material e superação do comunismo primitivo, possuindo dinâmica própria o que lhe concedia autonomia; presença de um Estado despótico; relação de “trabalho compulsório” entre o Estado e as aldeias;  existência do escravo, mas não como a base da produção material; o comércio e o artesanato não se desenvolveram o suficiente para alterar a ordem social; a tendência à estagnação.

https://studhistoria.com.br/resumos-e-mapas/modo-de-producao-asiatico/

Por fim o modo de produção feudal foi caracterizado por uma unificação complexa. Aconteceu uma espécie de fusão entre o modo de produção escravo e o comunismo primitivo dos germânicos. O camponês estava preso ao solo por uma específica relação social do modo de produção pois ele ocupa a terra e cultiva ela, mas não é o seu proprietário.  Quem controla a propriedade agrícola é o senhor feudal e por esse controle ele vai se apropriar do excedente da produção. Existe uma relação interna de classes que são as relações de feudo-vassalagem na qual o rei permite o uso de uma parte de suas terras para um outro nobre/aristocrata que em troca presta serviços para o monarca de maneira que esse pedaço de terra passa a ser feudo desse nobre.  O senhor feudal também era vassalo de um senhor feudal superior.


        Perry Anderson (2007) aponta três características principais do modo de produção feudal: as terras aldeãs comunais estão presentes no início do mundo feudal como um setor significativo da autonomia e da resistência camponesa; a parcelarização feudal dos senhorios e soberanias induziu ao surgimento das cidades medievais na Europa Ocidental, assim, é possível entender que a sociedade da Idade Média começa no campo e cresce até o momento que entra em oposição às cidades; a ambiguidade da hierarquia de classes no mundo feudal. Nessa hierarquia o monarca representava o elo mais fraco já que os seus vassalos detinham relação direto com a população e o monarca existia como uma figura decorativa, não possuía relações de soberano com seus súditos.

http://sociologiamelhormateria.blogspot.com/2013/09/modo-de-producao-feudal.html


Comentários