Segundo Carlos
Cipolla, “a disciplina chamada História Econômica é a história dos fatos e dos
acontecimentos econômicos a nível individual (vida material cotidiana),
empresarial (microeconômica) ou coletivo (macroeconômica). [...] Por história
econômica, se entende a história econômica do homem [...] para que uma
investigação seja digna do nome História Econômica deve resolver uma
problemática que dê resposta pelo menos a uma das três questões fundamentais da
economia: 1) o que produzir; 2) como produzir; 3) como distribuir o que se
produziu”.
Dessa forma “na análise histórico econômica, é necessária ter em
conta não apenas os dados de natureza puramente econômica, mas também as
características fisiológicas e psicológicas próprias do homem, a sua racionalidade,
bem como a sua irracionalidade e as suas características mentais, sociais e
culturais, quer a nível individual, quer coletivo”. Já segundo o Dicionário do
Pensamento Marxista, a “História Econômica é o estudo dos sucessivos Modos de Produção”.
Então, o trabalho é a chave central da existência do homem, pois é
dessa maneira que a produção da vida, ou a produção material, será realizada e
em consequência reflete na organização da sociedade. Se o homem não produzir
sua vida material, ele morre. Isso significa, também, que o homem, na luta pela
vida, vai se desenvolvendo e criando formas de se relacionar, o homem
desenvolve o seu intelecto e sua forma de pensar.
“A História Econômica deve focalizar o problema central da sobrevivência
e de como o homem conseguiu resolvê-lo [...] grande parte da História Econômica
está relacionada com a maneira pela qual as várias sociedades procuraram enfrentar
esses problemas elementares, e o que nos surpreende ao analisarmos essas
tentativas é verificar que na maioria das vezes tais tentativas redundaram em derrotas
parciais”. “Pode definir-se a História Econômica ou História dos Fatos Econômicos
como o estudo e a análise dos fenômenos econômicos do passado, graças aos
métodos das ciências históricas (analise de documentos, narrativas, arquivos, preços,
fontes diversas), mas também naturalmente das ciências econômicas: análise
econômica (clássica, marxista, neoclássica, keynesiana, etc.) e análise quantitativa
[...] importa tratar os dados muitas vezes cifrados acumulados pelas gerações anteriores”.
“A História Econômica estuda o desencadear dos fatos econômicos”. “Qualquer
estudo de História Econômica deve trazer nova luz a esse problema: como se cria
e se reparte a riqueza. Eis aí as diretrizes de toda história humana”. “A História Econômica [...] não deve ser
apenas história das condições materiais”. E “entre os pesquisadores de História
Econômica há várias correntes com divergências mais ou menos profundas em relação
aos seus fundamentos teóricos e metodológicos [...], portanto, é possível
elaborar diferentes históricas econômicas gerais, ainda que os processos
históricos observados sejam os mesmos”.
“Neste domínio, cabe-lhe fazer a análise diacrônica não apenas de
todas as transformações nas relações econômicas em geral, mas também das
mudanças que ocorrem nas instituições que presidem tais relações, nas políticas
que as orientam, bem com o nas ideias, nas teorias e nas doutrinas que as
interpretam”. “Não pode a História Econômica confinar-se na descrição e narrativa,
tem que visar à compreensão das estruturas e dos movimentos de estruturação,
bem como das curvas conjunturais. Para isso, não basta absorver a teoria já
elaborada pela Economia Política e pela Econometria [...] cabe à História Econômica
fabricar ela própria as várias teorias das economias e sociedades através dos
tempos, e para tal chegar a inclusive construir modelos”.
Por fim, é possível compreender que “apenas com o desenvolvimento do
capitalismo e de sua mentalidade quantitativa, de seu espírito racional,
tornou-se possível o interesse pelo estudo de economias do passado”. A economia
surge enquanto um objeto de estudo da História com a Revolução Industrial, as
crises econômicas, o desenvolvimento econômico e a crítica à História Política.
“A história econômica é uma matéria eminentemente interdisciplinar: ela ocupa
uma área do saber humano situada no cruzamento de outras duas disciplinas, a
História e a Economia. [...] o problema é que elas, que estão na base, pertencem a
duas culturas diversas”.
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