https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/proclamacao-da-republica/
O primeiro governo republicano no
Brasil, com o “proclamador” Deodoro da Fonseca, teve um caráter provisório. O
Marechal Deodoro assumiu uma postura ditatorial logo cedo: os seus
primeiros atos foram o Decreto de instituição do novo regime, que dissolvia as Câmaras,
o Conselho de Estado, destituindo também os governadores das províncias, que
passaram a ser chamadas de Estados e a nomeação de seu primeiro
ministério. Em seguida, decretou o banimento da família real para a
Europa.
https://memoria.ebc.com.br/infantil/verde-amarelo/2012/11/quem-foi-marechal-deodoro-da-fonseca
O ministro da Fazendo, Rui Barbosa,
decretou (em 17 de janeiro de 1890) uma reforma financeira que ficou
conhecida como Encilhamento. Rui Barbosa que industrializar o Brasil para poder
modernizá-lo juntamente com a sua economia que era essencialmente agroexportadora.
Nessa concepção era necessário ampliar o crédito e, para isso, os bancos foram
autorizados a emitir papel moeda. Mas, ao invés dos investidores
investirem em produção, eles investiram na Bolsa de Valores, gerando mais
especulação. Com isso houve uma grande crise inflacionária no país. Não
havia um mercado interno forte e a elite brasileira sempre se preocupava em produzir
para exportar, não para modernizar e industrializar.
A Assembleia Constituinte foi convocada
em 22 de julho de 1890 e terminou os seus trabalhos em 24 de fevereiro de
1891. Rui Barbosa e Américo Brasiliense apresentaram o projeto de lei com
fortes tendências federalistas e baseada na constituição dos Estados Unidos da
América. Segundo a Constituição de 1891, o Brasil estava dividido em vinte
Estados e um Distrito Federal, cada estado era governado por um
presidente. Declarava que o Brasil, agora, era uma república representativa,
federalista e presidencialista. A Igreja Católica foi desmembrada do
Estado brasileiro, que agora era laico. Os poderes foram divididos em Executivo,
Legislativo e Judiciário, excluindo o Poder Moderador vigente no período
imperial. Os mandatos tinham duração de quatro anos para presidente, nove
anos para senadores e três anos para deputados.
Rui Barbosa (1849 - 1923)
Floriano Peixoto (1891 – 1894) foi quem
terminou o mandato de Deodoro da Fonseca, que havia renunciado após nove meses
na presidência. Floriano atraiu o apoio das baixas e médias camadas urbanas,
principalmente no Rio de Janeiro. As medidas que Floriano adotou para
agradar esses setores foram decretar a baixa do aluguel das casas dos operários,
interveio no mercado da carne, exerceu forte controle no preço dos
alimentos, promoveu melhorias nas condições de habitação, mas, a
estrutura básica da economia permaneceu agroexportadora.
A oposição deodorista alegava
inconstitucionalidade no governo de Floriano e, nesse embate, o Congresso
se apoiava no artigo 1° das Disposições Transitórias da Constituição para
suplantar o artigo 42°, que estava sendo usado pela oposição que requeria novas
eleições.
Floriano Peixoto (1839 - 1895)
Júlio de Castilhos (“castilhistas”),
tinha posições próximas ao positivismo e do florianismo, por isso o
Marechal Floriano forçou sua ascensão ao governo do Rio Grande do Sul, em
1892, visando impedir a ascensão de Silveira Martins (“maragatos”), que se apoiava no
Partido Federalista. Os maragatos tentaram impedir a pose de Júlio de
Castilhos, mas foram expulsos para a Argentina. A Revolta Federalista
começa em 2 de fevereiro de 1892, quando os maragatos que estavam na
Argentina e no Uruguai invadiram o Rio Grande do Sul para impedir a pose
de Júlio de Castilhos. Os líderes militares Gumercindo Saraiva e “Joca” Tavares não
possuíam tendências monarquistas, só aceitaram o auxílio de monarquistas declarados quando
receberem o auxílio de elementos da Revolta da Armada. Em julho de 1893 os maragatos
foram superados pelas tropas do governo que contou com o apoio material dos paulistas.
A Segunda Fase começa em agosto de 1893
quando os maragatos invadiram novamente o Rio Grande do Sul, juntando-se a
Gumercindo, essa fase acabou em 10 de agosto, com a sua morte. A Revolta
da Armada alargou a dimensão da Revolução Federalista. Os gaúchos rebeldes
invadiram Santa Catarina unindo-se a outros revoltosos e subindo em direção ao Paraná.
Os demais maragatos continuaram no Rio Grande do Sul até serem novamente derrotados
em meados de 1894, refugiando-se novamente no Uruguai. A Revolução Federalista durou
31 meses e teve um saldo de 10 mil baixas.
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/revolucao-federalista.htm
Já a Revolta da Armada, que se iniciou em 6 de setembro de 1893 e terminou em 24 de junho de 1894, aconteceu simultaneamente à segunda fase da Revolução Federalista. Havia rivalidade entre marinha e exército e os políticos anti florianistas viam na marinha um importante instrumento para depor o Marechal. O Almirante Custódio, que tinha ambições políticas, alegando inconstitucionalidade no governo de Floriano, lançou em setembro o movimento que buscava a queda do presidente. Custódio tomou alguns navios ancorados na Baía de Guanabara e começou a bombardear a cidade do Rio de Janeiro. A população carioca participava da defesa da capital. Em 9 de setembro o almirante Saldanha da Gama aderiu ao movimento. O governo, com apoio dos paulistas, liderados por Bernardino de Campos, retomaram Curitiba e Desterro. Em 13 de março de 1894, o almirante Jerônimo Francisco Gonçalves, coordenando os reforços vindos dos EUA, impôs derrota a Saldanha da Gama, que se refugiou em um navio português.
https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=2375
Os paulistas aguardavam o momento certo
para assumir de vez o controle econômico e político da república, já que
nos dois primeiros governos da república os paulistas tiveram que apoiar
o exército, já que o exército era a única instituição de caráter nacional capaz
manter a unidade da nação e evitar um retorno da monarquia. Mas a
oligarquia paulista vinha se preparando desde o império para assumir o
poder político, entretanto o Partido Republicano Paulista tinha apenas
uma expressão regional, diferente do exército que tinha uma representação
nacional.
Foi com o intuito de assumir de vez o
poder político da República que os paulistas articulam a construção do
Partido Republicano Federal que, logo depois de eleito Prudente de Moraes
em 1894, foi extinto e voltou a ser o Partido Republicano Paulista. O
Partido Republicano Federal cumpriu a sua função de eleger o primeiro
presidente civil e primeiro representante da oligarquia cafeeira
paulista. A eleição de Prudente de Moraes também demonstra o fim da
participação popular jacobina na gestão da nação. A consolidação da
república serviu para colocar no poder o setor da classe dominante que
explorava economicamente o país.
Prudente de Moraes (1841 - 1902)
Nos primeiros anos da República não
existia instituições com expressão nacional. Somente as forças armadas
tinham capacidade de submeter os interesses regionais aos interesses
nacionais. Assim, a oligarquia cafeeira paulista precisou aguardar para assumir
o poder em nome da consolidação do poder republicano contra os
monarquistas ainda articulados. O país ainda não estava pacificado, eram
necessárias as forças das armas para consolidar o poder e essa força foi
encontrada em Floriano Peixoto. Essa é a razão pela qual o poder político
não foi direto para as mãos da burguesia cafeeira paulista.
Em março de 1895 alunos da Escola
Militar se rebelaram, pois os militares não aceitavam a anistia que o
presidente Prudente de Moraes deu aos revoltosos do sul. Durante seu
governo Prudente abandonou uma a uma as medidas inovadoras de Floriano. E, em
1897, abandonou de vez as medidas mais protecionistas e adotou medidas
mais liberais, excluindo de vez a participação popular principalmente
representada pelos jacobinos. Nesse contexto surge a figura de Antônio
Conselheiro, que, quando surge a notícia de sua fixação em Canudos,
mobilizou multidões, provocando o esvaziamento de muitas fazendas.
Assim, os coronéis perderam mão de obra
que trabalhavam em suas terras, o que gerou um descontentamento por parte
desses. No início alguns padres gostavam de Antônio Conselheiro, mas o
enorme prestígio que conseguiu granjear entre a população acabou chamando a
atenção das autoridades. Antônio Conselheiro em 1893, com opiniões contrárias
à República e aos prejuízos que ela trazia à fé, ordenou a queima de
editais da república em Bom Conselho. Depois de três fogos, como era
chamado por Conselheiro as expedições punitivas, vencidos pela guerrilha
dos sertanejos, a quarta expedição foi avassaladora em nome da honra,
dando a vitória ao Presidente Prudente.
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