Resenha crítica do filme “Como estrelas na Terra, toda criança é especial”.


Resenha por Denilton Gabriel A. da Rocha e Mariana de Barros Augusto, acadêmicos do segundo ano do curso de História – UNESPAR/Paranavaí -2019.

Resultado de imagem para filme como estrelas na terra"
         
          O filme “Como estrelas na Terra, toda criança é especial” tem a direção de Aamir Khán, e foi lançado no ano de 2007, sendo um filme Bollywoodiano de gênero Drama. O filme conta a história de um menino de 9 anos chamado Ishaan Awasthi, que sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de que isso aconteceça novamente. O menino diz que as “letras dançam” em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção mantendo-se focado. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata de maneira rude e com falta de sensibilidade.

          Os produtores do filme fizeram pesquisa em duas escolas para mostrar a dificuldade dos alunos com necessidades especiais encaram no ambiente escolar. Assim como o pai de Ishaan, a maioria das pessoas do seu convívio não acreditam que ele apresenta um distúrbio na sua aprendizagem, fazendo a criança sofrer com a rejeição dos professores e com a aversão por parte dos outros alunos. Ishaan se distraia facilmente e se desprendia da realidade indo para a sua abstração. Com isso, o garoto tinha dificuldade de se relacionar com os outros colegas e as crianças de sua rua.


        Foi interessante perceber que, em uma cena específica, os inspetores da escola se dedicam a inspecionar os uniformes das crianças, dando foco em parte burocrática da educação, por assim dizer, e não conseguiam compreender a dificuldade do aluno Ishaan, que possuía dislexia. Isso nos fornece a possibilidade de pensar sobre como e com o que as escolas se preocupam de verdade (a inclusão ou apenas a regularidade de uniformes?).


         Por conta dessa dificuldade de aprendizado, a dislexia, Ishaan é expulso da sala de aula várias vezes pelos professores que não conseguem notar a diferença entre a sua necessidade especial e a “bagunça” verdadeira dos alunos.  Por não ser um ambiente inclusivo e preparado para tê-lo, a escola se torna desinteressante para ele. Os pais não aceitam bem a possibilidade de o filho possuir necessidades especiais e partindo das reclamações e má interpretação das ações do garoto, o pai de Ishaan decide o enviar para um internato. Essa aversão das pessoas e a interpretação malfeita de suas ações, fazem com que Ishaan adquira um sentimento de rejeição, o que é muito prejudicial para o seu desenvolvimento e aprendizado. Ishaan chega a ser agredido verbalmente e fisicamente por professores despreparados para lidar com sua singularidade. Ele sente a pressão social em cima dele, sempre com vários porquês e adjetivos ruins atribuídos a ele.


        Com a chegada do professor Ram Shankar Nikumbh para substituir o professor de artes, esse que acredita nas diferentes habilidades em que cada criança apresenta e faz de sua aula um momento divertido onde as crianças tem sua atenção voltada para o que o professor ensina, diferente da metodologia dos outros professores e da escola que era tradicionalista.  Ele dá maior liberdade e autonomia para os alunos, possibilitando um pensamento livre e a chance conhecer melhor o abstrato de cada criança. Desta forma, a liberdade permite compreender um pouco mais da subjetividade dos alunos. O professor, levando em consideração a intervenção pedagógica, deve estar atento às particularidades dos alunos pois é fundamental desenvolver métodos de ensino que sejam diversificados e inclusivos.


         Dedicando um olhar atento as cenas dos filmes, percebemos que a sociedade é preconceituosa, despreparada e exclusiva. Há professores que só pensam em preparar os alunos para o mercado de trabalho, promovendo, assim, a continuidade desse sistema preconceituoso e exclusivo, rejeitando as habilidades e inclinações dos alunos. A aceitação e adaptação é difícil de ser promovida. Isso nos leva a questionar: a escola cumpre o seu papel de inclusão do indivíduo à sociedade? É preciso estarmos atentos a resposta.


          O professor Ram Shankar Nikumbh compreendeu que Ishaan tinha dislexia analisando as suas dificuldades. Quando entrou em contato com a família do garoto para lhes explicar situação, não foi bem aceito. A partir daí, o professor soube compreender Ishaan, e encontrou diversas maneiras de como incentivá-lo a se dedicar a aprendizagem na escola. O professor também soube como mobilizar a escola e a família ter um olhar mais atento e especial para Ishaan, tornando o ensino mais agradável, inclusivo e acessível.


       É elementar ao professor estar atento às características próprias de seus alunos, levando em consideração que ninguém é igual ou está propenso a aprender da mesma maneira. O ambiente escolar precisa se adaptar as necessidades de seus alunos, não o contrário. Com a devida atenção, Ishaan teve um desenvolvimento paralelo ao de seus colegas considerados “normais”. Para tal, a mediação do professor foi fundamental. Torna-se necessário que os futuros educadores saibam lidar com esses problemas no contexto escolar, para poder encontrar meios e soluções para trabalhar com essa e as demais deficiências.


#comoestrelasnaterra #dislexia #inclusao #ambienteescolar 

Comentários